Brincando de escrever
com outro amigo poeta, lutando contra o tédio entre as aulas na universidade,
decidimos fazer um duelo amistoso entre irmãos escritores. Em jogo estava um
poema, a habilidade de cada um com rimas e versos, e a felicidade de quem ama
escrever. O resultado do embate, diferentemente do que se espera, foi satisfatório
para os dois, apresento a vocês esta poesia escrita por um ícone de sabedoria
(e molecagem), Luis Pereira, amigo que eu admiro e por este doido que vos fala.
Espero que apreciem a nossa brincadeira. A ideia original foi do meu amigo e os
créditos são dele, eu apenas acrescentei um pouco do meu estilo a esse corpo
numa fusão que rendeu bons frutos.
Momentos Contrários
Na
Entrada nada era com eu esperava,
A porta
rangia,
E a
madeira arranhava,
Nem
mesmo o jarro que ficava exposto,
Lá não se encontrava.
Sobre a
mesa estava lá,
Um
retrato quase apagado,
A visão
me traia,
Mas as
lembranças me fizeram ver,
Um
rosto que ali sorria.
Era
como se o destino
Tentasse
de volta me levar,
Como se
nunca houvesse saído por aquela porta,
E mais
uma vez estivesse ela a me esperar.
Tudo
aquilo sufocou repentinamente o meu coração,
Os
momentos felizes,
Tão
contrários a essa minha atual solidão,
Trazendo de volta, imagens tão bonitas.
Os
beijos e o calor nas noites frias,
O seu
jeito de amor louco,
E
tantas outras alegrias.
Era
como se estivesse ela a me esperar.
Mas tão
logo volta a realidade,
Aquele
retrato quase apagado.
Vejo um
sorriso que não era o mesmo de outrora.
A
alegria vai embora,
E fica
somente este homem que a sua falta chora.
Tentando
ouvir a sua voz,
Quando
nem mesmo as palavras existem,
E aqui fico eu,
Mas é
assim que a deixo novamente,
Sem
nenhuma explicação,
Com
medo de vê-la seguindo em frente,
Ou
talvez por qualquer outra razão.
Voltarei
sim,
Quando
a lembrança de volta me chamar.
Luís Pereira X Pedro Alcino
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