Por
trás daquele olhar
Eu
era muito novo, você mais ainda,
Foi
na escola, eu me lembro bem,
Eu
já estava lá há três anos,
E
você chegou bem tímida...
Como
todos os novatos,
Não
falava nada, eu só observava,
Mesmo
que por um minuto, queria ouvir sua voz;
De
principio mais por curiosidade do que por necessidade própria;
Aquela
garota que se sentava embaixo da árvore sozinha para lanchar;
Eu
a via... Eu a vi...
Numa
rara felicidade ela olha para mim ao mesmo tempo em que eu a observo,
Naquele
momento eu vi muitas coisas naquele olhar;
Senti
que a conhecia mais que sua própria mãe,
Eu
via tudo;
Como
se entrasse pela porta da frente daquele inocente olhar azul;
Até
aquela alma solitária,
Eu
via... Eu vi...
Eu
vi pelos seus olhos a insegurança dentro dela,
Mas
ao mesmo tempo clamando para que alguém a proteja;
Eu
via... Eu vi...
Eu
vi uma menina frágil, meiga;
Eu
vi varias coisas,
Até
vi um sorriso tímido,
Porém
sincero,
Em
minha direção, enquanto eu a observava;
Fique
atordoado com tamanha pureza,
Era
ela mesma, eu já tinha a visto antes...
Mesmo
que nos meus sonhos mais calorosos,
Ela
era familiar para mim,
Como
se eu já estivesse esperando aquilo a algum tempo...
Então
por um minuto eu escuto:
-
Ei, Você está bem? Tá paralisado olhando para aquela garota;
Então
perguntei por ela;
Ai
descobri que ela obtêm um doença rara,
Com
um choque eu tentei absorver essa história;
Por
um segundo percebi que seu olhar passava tudo de puro e de bom,
Mais
não passava a angustia de quem poderia morrer qualquer dia;
Todos
os dias no mesmo horário eu a observava,
Não
tinha coragem de falar com ela...
Minhas
pernas tremiam,
Mas
eu ficava de longe... Às vezes ela olhava para mim;
É
até infantil de certa forma admitir que nunca tivesse visto um olhar igual em
outro alguém;
Como
admirar uma pessoa sem nunca ter ouvido sua voz?
Eu
me sentia refém... Ela me cativou sem dizer uma palavra,
Seus
olhos diziam tudo que um dia eu quis escutar em uma música...
E
ler numa poesia;
O
tempo corre... E aqui estou eu,
Cinco
anos depois,
Recordando
o passado;
Um
dia qualquer, fazendo minha caminhada diária,
Passo
em frente aquela mesma escola;
Onde
passei minha adolescência toda,
Tentando
decifrar o que aquela garota sentia, pelo olhar;
Vejo
que está praticamente tudo igual,
Lembro-me
dos meus amigos;
Dos
professores,
Automaticamente
olho para o lado,
E
vejo aquela árvore;
Hoje
com as folhas secas,
Voando
embaixo dela,
Mas
que por algum tempo;
Foi
florida, e deixou muitas lembranças;
Principalmente
da menina que conquistava os outros pelo olhar.
Ruan
Felipe
Nenhum comentário:
Postar um comentário