sábado, 31 de agosto de 2013

Apenas um Sujeito




Apenas um Sujeito


Gosto de poder pensar,
Que vou poder de ver amanhã
Nessa rua ou em qualquer lugar,
Nesse dobrar de Esquinas.

A Vida da voltas amor,
Não lhe peço pra ficar,
Alegro-me em saber que estás por aí,
Deixe a vida te levar.

Eu anseio por essa procura,
Esse lance de achar,
Pode é parecer loucura,
Mas, deixa agente se esbarrar.

Deixe-me viver do meu jeito,
Nessa loucura de pensamentos,
Fora desse mundo estreito,
Sentindo o calor dos momentos

Pisando nessa terra molhada,
Um dia único em minha vida.
Toda manhã uma chegada,
Cada noite uma partida.

Essa vida de poeta,
Tranquila e Sossegada.
Que às vezes pode ser fogo,
Dura e Batalhada.

Então deixe amor,
Deixe o mundo aí girando,
Agarre só a felicidade,
E a alegria dos incontáveis anos.

Eu sou assim,
Sou desse jeito,
Muito longe de ser perfeito,
Nessa infinidade de milhões
Sou apenas um Sujeito.
Pedro Alcino

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Você Só Precisa Acreditar!




Você Só Precisa Acreditar!
Eu teria o tempo inteiro para dizer-te,
Mas, sei que já não há mais jeito.
Mas, é intolerante a saudade dos momentos,
Pois, é constante a dor que arde em meu peito.

Não me vejo sem te ter um instante,
E vou lutar para provar
Que o que sinto não é mentira.
Quanto a Você, só precisar acreditar.

Mesmo que o que eu sinta seja em vão,
Não precisa bater quando voltar.
Vou deixar a porta aberta,
Mas, Você precisa acreditar.

A verdade está neste gastar de tinta.
Nessas palavras a pulsar.
Não deixe que os outros me julguem por você,
Basta ouvir o que lhe diz o meu olhar.

Só peço apenas que entenda,
E não desistirei de te mostrar,
Que é verdade o que eu falo todo dia,
E Você só precisa acreditar!
Pedro Alcino x Luis Pereira

Uma Crônica que rima inspiração




Sabe; desde que me entendo por gente, nunca gostei de escrever nada sobe pressão.  Veja bem, é preciso que eu me explique direito, mas, o fato é que ao menos para mim, a escrita sempre foi sinônima de inspiração. Claro, também devo considerar o fato de que meu professor de teoria de literatura I não está lá muito preocupado com as depressões que minha mente criativa da, só que quando se escreve é sempre bom que não seja em vão. Intimada a fazer uma crônica até a terça feira, digamos que minha cachola, brasileira da gema, ficou até a véspera processando esta minha licitação. Ok, ok, mas não me venha com essa, você sabe muito bem como é amigo... Esqueça os sermões, pois não estou nem um pouco disposto a ouvi-los. Chega. Fui às ruas, o tempo era corrido, peguei o busão ainda vago, mas logo o numero de pessoas crescia esporadicamente enxotadas naquele espaço de latão. Desce ladeira, o ônibus balançava e sacolejava, se aproximava da curva derradeira anunciando o triste fim de uma crônica que nem ao menos começara. Só que veja bem, veja as voltas que a vida dá. Sempre quando se precisa aprender, existe alguém disposto a ensinar. É já sei, as rimas também me irritam, só que elas fazem parte.
Lá na Praça da Bandeira, me vem à vista uma cena conhecida. Pedira para entrar no Ônibus, mais uma daquelas pessoas do instituto Manassés. Passava-se pouco das três horas da tarde, digo pelo sol escaldante, pois não estava com relógio. O Esquema deles é conhecido, mas, isso nunca me chamou atenção, talvez por que não me deixo acreditar nesse lance de perdão, nessa onda de ex-bandidos dando uma de filhos de cristo pedindo esmola para ajudar a sua causa. Fiquei observando como ele se desdobrava, entregando entre desculpas e com licenças, para cada pessoa um kit com uma canetinha barata com chaveirinho e lanterna. Já haviam pagado a sua passagem. A principio achei tudo aquilo engraçado. Grande coisa essa que ele fez, de marginal a marginalizado pedindo esmola no busão.
Ofereceu-me então um daqueles kits. Não aceitei. Até que podia, mas, entre confiar e correr o risco de ser enganado, preferi a segunda opção. Como fruto do meu “descompadecimento” parei um pouco e o observei. E é de seu discurso que não me esqueço, algo nele me intrigava. Me pego vendo aquele Homem falando de Jesus, falando da sua dificuldade de conseguir emprego, da sua antiga vida no mundo das drogas. Seus Olhos faiscavam com cada palavra dita. Principalmente quando se falava da família, me pergunto se aquilo tudo era invenção... Ele falava da causa de um jeito convicto, como se a coisa toda estivesse muito difícil mesmo: “Existe tanta gente perdida no mundo meus irmãos, longe de suas famílias, presas no mundo das drogas, por isso lhe peço meus amigos, ajudem com sua pequena contribuição para que possam ajudar a tirar mais pessoas dessa difícil situação”, dava para perceber que ele não era lá muito estudado, mas, nunca deixou de mostrar educação. Viam-se as rugas em seu rosto, pensamentos perdidos... Pensei na família do cidadão. Arrependi-me. Devia ter aceitado aquele kit.
Desde então, passei a observar os movimentos daquele homem. Até que entendi o fato de ele ter sido resgatado das drogas, mas, quanto ao por que de ele está ali pedindo esmola... Há isso ainda não havia entendido. Mais uma vez tentei adentrar na vida do sujeito, me por em seu lugar. Vi-me largado na sarjeta, sozinho, enganado por quem dizia ser meu amigo e me levara para aquele caminho escuro. Pensei nas horas e horas tentando conseguir dinheiro para comprar mais drogas, nos crimes que eu cometeria só por estar naquela situação de escravizado. Poderia até sair daquele mundo, mas, e depois? Será que eu conseguiria voltar a minha vida comum, quando eu estava apenas preocupado com uma crônica numa véspera de entregar o trabalho? Além do arrependimento, fui atingido pela culpa. E os amigos que ele perdeu? E as pessoas que lhe fecharão as portas? Conseguiria eu estudar, quem sabe arranjar algum emprego digno? Lembrei do instituto Manassés, pensei naquele tal de Jesus, disposto a ajudar as pessoas que precisam, sempre ouvi falar dele, mas, nunca havia parado para refletir muito sobre o assunto. O que será que eu encontraria naquele instituto que me faria lutar por uma vida mais digna para pessoas usuárias de drogas? E quanto às pessoas que eu precisaria convencer, essas pessoas que incluem a mim que não sabem o que é passar por dificuldade de verdade. Dificuldade mesmo sabe... Falo de coisas que nos fazem perder a esperança. Que nos tornam bicho sabe... Eu me pego lembrando disso... A vida nunca foi fácil para mim, mas, nunca perdi a esperança, nem a dignidade. Comecei a olhar aquele homem ali na minha frente como um igual. Passei a ver a sua coragem.
Na hora de receber as esmolas, notei as migalhas que lhe deram. Nem dava para comprar uma sacola de pão. Fiquei aflito, pensava que talvez essa frustração o fosse surtar, quem sabe até fazê-lo voltar para a vida do crime... Mas, ele apenas agradeceu. Com o mesmo sorriso, com a mesma educação, com a mesma humildade. Vai ver dentro de toda aquela humilhação ele encontrara alguma valia, só não sabia qual.
Desci no ponto junto com o tal moço, vi quando ele avistou outro colega de igual situação, percebi que ele não estava sozinho, vi abraços de amizade enquanto esperava um ônibus integração.

Pedro Alcino Barbosa Coelho




terça-feira, 6 de agosto de 2013

Murmúrios


Murmúrios

Sussurros e ruídos;
Baixinho, pra ninguém escutar;
Todos falam porque falam;
Pois não se paga por falar.

A palavra tem peso;
São jogadas muito em vão;
Contrariando um mandamento;
Goste do próximo como a si mesmo;
Não se trata de perdão.

O sucesso às vezes pune;
Com palavras desmedidas;
Ignora a verdade;
Mas todos querem sua vida.

O importante é estar seguro;
A cabeça não abaixe;
Se evolui muito quando se aprende;
Que os murmúrios fazem parte.


Ruan Felipe