quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Apagar das luzes



Apagar das Luzes

Era apenas mais um brasileiro,
Que não tinha uma boa moradia;
Ignorado por todos,
Mas amava sua família.

Acordava todo dia,
5 horas da manhã;
Já era bem adulto,
Apesar da pouca idade,
Sonhos... Tinha muitos,
Desejava a felicidade.

Como a vida exigiu,
Amadureceu bem cedo;
Trabalhava todo dia,
Sustentava sua família.

A mãe e o irmão,
É o que lhe sobrou essa hora,
Já passou fome, humilhação;
Nunca pisou numa escola.

Sempre calado,
Parecia conformado;
Com a pobreza e a miséria,
Ele vivia lado a lado.

Eu um raro dia de folga,
Ele saia para a balada.
- Mãe! Volto de madrugada, ele afirmava.

Aproveitar a folga,
Vai à balada e dança;
Se divertir bastante,
Pois a noite é uma criança;

Nem parece que aquele dia, seu futuro já estava reservado,
Acho que foi Deus, no céu queria a sua presença;
Deus nunca erra!
Mas escreveu sua sentença.

No outro dia de manhã, ele não tinha chegado,
E a mãe desesperada, rezava...
Foi então que veio a noticia que ninguém esperava.

O menino que sonhava ser um dia diferente,
Morreu ali mesmo, derrepente;
Com o corpo queimado,
Como toda aquela gente.

235 anjos;
Que hoje se encontram nas nuvens,
Foram embora muito cedo;
Como no apagar das luzes.

Ruan Felipe


 Texto em alusão a tragédia em Santa Maria.

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